C O N S T R U I N D O L I V R O S : e x e r c í c i o s p a r a t e x t u a i s
Construindo livros é o espaço para a publicação dos trabalhos dos alunos-editores que cursaram a disciplina "Estudos Temáticos do Bacharelado em Edição: paratextos editoriais", ofertada na graduação da Faculdade de Letras da UFMG ao longo do primeiro semestre de 2017. O principal objetivo do curso foi discutir sobre a função do paratexto nos livros, mais especificamente nas obras literárias.
Para tanto, foi proposta a leitura integral do livro Paratextos editoriais (2009), de Gérard Genette, que define o paratexto como “aquilo por meio de que um texto se torna livro e se propõe como tal a seus leitores” – prefácios, epígrafes, título, intertítulos, dedicatória, autoria, notas etc. Também foi preparado coletivamente o Fichamento do livro (anexado). Cada discente escolheu um ou dois capítulos para elaborar essa tarefa – livremente. Finalmente, para melhor compreendermos os paratextos das obras francesas exemplificados por Genette, criamos a página Construindo livros – em rede social – para postarmos exemplos de paratextos de nossa biblioteca particular, mais especificamente de obras e/ou edições brasileiras.
Do ponto de vista prático, a tarefa de cada aluno-editor foi:
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escolher um texto literário – um original, um conto clássico, um conjunto de poemas, cartas, crônicas e canções;
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elaborar paratextos – do texto ao "livro";
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preparar o "livro" para publicação (temporária) on-line.
Para a maioria dos alunos foi a primeira tentativa de enfeixar um “texto”, portanto as reflexões em sala de aula advindas dessa experiência foram cruciais para que todos se tornassem, em maior ou menor grau, mais sensíveis aos paratextos – às “franja[s] do texto que comanda[m] a leitura”.
Há trabalhos maduros como Veinte poemas para ser leídos en el bondi, da hermana Sofía Barelli, ou Lácio, do Ernani Ferreira. O primeiro se destaca pela criação da capa, pelo título e pela construção de paratextos sofisticadíssimos ligados à tradição literária argentina, como um dos prefácios intitulado “Carta abierta a Oliverio Girondo”. O segundo, um texto autoral, destaca-se por suscitar reflexões acerca da própria tarefa de se autoeditar, além de demonstrar o cuidado com as imagens, com as palavras. O trabalho sobre três canções corintianas, de Luiz Libório, além da perspectiva conceitual, é importantíssimo do ponto de vista técnico, pois insere o áudio na própria página para apreciarmos as músicas simultaneamente à leitura, prática ainda pouco utilizada no meio acadêmico.
Abaixo, seguem os dezoito “opúsculos” (sempre em construção, como acreditamos), que buscam, antes de tudo, refletir de forma lúdica a nossa aprendizagem acerca da função paratextual destas e de outras obras, propondo "novos" modos de leitura.
Cartas: Ass. Caio F.
Edição: Sarah Heloisa
Mulher em carta e crônicas
Kedria Garcia
Edição: Werterley Cruz
De Versas
Bruna Kalil Othero, Luana Simonini e Sofia Cupertino
Edição: Beatriz Fontenelle
Variações em torno da paixão, do amor e da beleza
Affonso Romano de Sant'Anna
Edição: Juliana Cordeiro
Lácio
Natalício Silva
Edição: Ernani Ferreira
Olhares de meninas: diários de Helena Morley e de Taty Alves
Edição: Tatiana Damázio Aves
Despejo da leitura: Maria Carolina de Jesus e Paulo Freire
Edição: Maria Alice da Silva
Peraltagens com Manoel de Barros
Edição: Fabiano Ferraz
O dilúvio em Norderney
Edição: Bárbara Turci
Watching people
Edição: Ana Luisa
Laranjas iguais
Oswaldo França Júnior
Edição: Isabella Nazar
Revisitando: São Bernardo
Edição: Vera Fernandes
Caio Fernando Abreu feat. Angela Ro Ro: sobreviventes
Edição: Mariana Lopes
Além do verso
poemas de Graça Ribeiro
Edição: Lorraine Gomes
O cantar do Galo
Edição: Lionice Gomes Có